Não se impede a morte desprezando o direito a vida!
Isi Golfetto
Diante de tantas vidas brutalmente
e diariamente sendo retiradas de nosso meio, das mais variadas formas e
motivações, chego a conclusão de que a
vida humana e o direito a vida são pouco ou nada valorizados em nosso país.
Não sei se você tem a mesma
impressão que eu, mas os noticiários e as manchetes que abordam a violência diária contra a vida humana
estão tão banalizados que parecem não causar mais tanta revolta ou indignação a
uma parte dos cidadãos. Se comparados a assuntos como liberdade ou igualdade entre as pessoas, liberdade de
expressão, violação ao meio ambiente ou os direitos dos animais, sem desmerecer a importância de cada um, causam
mais reações e ações. Nota-se uma inversão de valores onde proteger e valorizar mais o ter tem relevância ao ser - a vida humana.
A consequência desse descaso com a vida humana e ter o direito a vida são a
causa de milhões de brasileiros serem
mortos diante de nossos olhos diariamente. Muitos ficam sem saber como agir de forma vigorosa e assertiva para darmos um basta a esse extermínio, outros ficam chocados ou minimizando os fatos, buscando culpados ou reclamando das
autoridades e responsáveis.
Assim, o direito a vida vai sendo tirada de cada cidadão a passos largos e
cada vez mais com um assustador número de vítimas. Não foi exatamente isso que
presenciamos horrorizados nessa tragédia na cidade de Santa Maria, em 27 de janeiro de 2013, no Rio Grande do Sul com a morte de mais de 230
jovens, em menos de 5 minutos?
Creio que a grande maioria das pessoas só tomou conhecimento sobre o modelo dessa construção de casa de show, que é replicada em todo o país, depois dessa tragédia. E tragédia “premeditada”. Segue link de vídeo onde você terá uma noção das características e dimensões dessa boate e fará seu próprio julgamento sobre se houve ou não direito a vida para esses jovens, ou para qualquer outra pessoa que frequente um local com essas características.
Como deveria ser o modelo ideal para uma boate.
Creio que a grande maioria das pessoas só tomou conhecimento sobre o modelo dessa construção de casa de show, que é replicada em todo o país, depois dessa tragédia. E tragédia “premeditada”. Segue link de vídeo onde você terá uma noção das características e dimensões dessa boate e fará seu próprio julgamento sobre se houve ou não direito a vida para esses jovens, ou para qualquer outra pessoa que frequente um local com essas características.
Como deveria ser o modelo ideal para uma boate.
Agora, se eu estiver exagerando ou
equivocada nos comentários e a vida humana realmente tem valor em nosso país,
gostaria que me explicassem: como os Conselhos de arquitetos e engenheiros
puderam ou podem aprovar uma construção com esses parâmetros? Como o Estado e
autoridades puderam ou podem concordar em liberar um ambiente com essas
dimensões para o público? Quais os critérios que os organizadores de shows
utilizam para aprovar pirotecnia ou qualquer outro espetáculo que possa colocar em risco a vida de pessoas dentro de um
ambiente com essas características?
Em
uma escala de 0 a 10 (sendo 10 a nota máxima), qual a importância que cada um desses técnicos dá a vida do próximo ao
elaborar um projeto desses? Qual o conceito
que essas pessoas possuem de direito a
vida, respeito a vida e dignidade da pessoa humana?
Infelizmente
o holocausto que presenciamos com a vida desses jovens pode não acabar aqui, sem querer fazer drama e sem pessimismo. Ao contrário, o meu objetivo é e sempre
será mostrar que temos o poder de transformar a nossa realidade. Além de poder, temos a responsabilidade como indivíduos, como cidadãos, como sociedade de nos
mobilizarmos. Enquanto não tivermos consciência
desse poder e agirmos tanto mais vai demorar para encontrarmos o caminho
que nos levará ao mais importante e essencial de todos os direitos: o nosso direito de viver.
Mas, será que estou emocionalmente abalada com essa tragédia ou esse é um fato corriqueiro em nosso país? Então me
respondam: por que as estradas estão sempre em precárias condições,
mesmo as que cobram pedágio? Não é através dessas rodovias que milhares de
trabalhadores buscam o seu sustento e da sua família e acabam morrendo? O que
está sendo feito? E as ruas das nossas cidades? Por
que estão sempre com buracos? E a nossa segurança pessoal: por que carros
populares são vendidos sem o mínimo de acessórios de segurança que garanta a
integridade física aos seus ocupantes em caso de acidente? Por que é preciso
pagar mais para obtê-los? E os transportes públicos, porque não temos qualidade
nos transportes para os trabalhadores? E a segurança pública? Por que os
bandidos estão comandando crimes de dentro das cadeias e matando pessoas, enquanto
outros tantos estão soltos e aterrorizando comunidades inteiras? Sem falar
sobre o estado de descaso em que se encontram a saúde pública, a educação...
Concorda comigo que não estou
exagerando quando digo que em nosso país sobra descaso com a vida humana, com
o direito a vida, o respeito a vida e a dignidade da pessoa humana?
Pagamos impostos altíssimos e
devemos exigir o retorno daquilo que pagamos em nosso benefício e dos nossos filhos, para os nossos amigos e a cada
cidadão brasileiro, sem que haja necessidade de se “dar esmolas de bolsa
disso ou daquilo.”
Exigimos
direito a vida e dignidade para vivê-la!
Temos muito a fazer e somos responsáveis pelo que deixamos de fazer.
Não podemos nos calar. Repetindo Einstein: O mundo é um lugar
perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa
daqueles que observam e deixam o mal acontecer.
Abraços
Isi
Blog Motivacional - http://batepapocomestilo.blogspot.com.br/
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Isi,
ResponderExcluirParabéns pelo artigo e clareza de percepção.
Precisamos DESPERTAR A CONSCIÊNCIA e canalizar a energia para essa mudança, em vez de desperdiçar o tempo com situações que, na verdade, perpetuam a realidade indesejada.
Seu BLOG cumpre um papel construtivo. Mais pessoas precisam lê-lo.
Um grande abraço,
Rafael Zampieri
Agradeço suas palavras, Rafael.
ResponderExcluirCerta vez li uma frase, cuja autoria é atribuída a Saint-Exupéry: "Se você quer construir um barco não comece procurando a madeira, cortando as tábuas ou distribuindo as tarefas. Primeiro transmita às pessoas que o acompanharão o desejo ardente de chegar ao mar livre e infinito."
Um grande abraço